Seu crime: Negou-se a ceder seu lugar no ônibus para um homem branco

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Acredite, era lei! Sim, era ilegal um negro se sentar no lugar de um branco de ônibus.

Era o período da segregação racial, ou Apartheid. Regime legal de segregação que vigorou por décadas na África do Sul e de forma muito semelhante nos Estados Unidos. Enfatizo que eram legais pois realmente existiam leis que determinavam como a sociedade deveria ser dividida entre negros (“de cor” ou “coloreds”) e brancos – e na África do Sul, também a separação com indianos.

Onde branco andava, negro não podia andar. Onde branco estudava, negro não poderia estudar. Havia bebedouro para negro e bebedouro para branco. Banco de praça pra negro e banco de praça para branco. E você se engana se acha que esta separação era pelo menos justa. O resumo é este: O melhor para o branco e o pior para o negro.

Quando eu visitei a África do Sul conheci um pouco mais desta fase triste da história da humanidade e pude ver ainda alguns locais que preservavam as escritas “Whites Only” (apenas brancos), ou “Non-white only” (apenas pessoas “não brancos”). Locais que eles fazem questão de manter como uma mensagem para os dias atuais que diz “Vejam como isto era absurdo”. E realmente era.

Foto que eu tirei na Cidade do Cabo - África do Sul

Seja na África do Sul ou nos Estados Unidos, a segregação racial era absurdamente danosa para o desenvolvimento social e cultural dos negros, além de, obviamente, ser uma atrocidade amparada pela lei.

Rosa Parks é o nome dela, a mulher na foto. Em 1955 em Montgomery, estado do Alabama – Estados Unidos, ela entrou em um ônibus e se assentou corretamente no local destinado a negros. Ela estava exausta após um longo dia de trabalho.

Em uma determinada parada entraram alguns homens brancos e, como o ônibus já estava lotado, não havia mais lugares para eles se assentarem. Foi então que o motorista teve uma brilhante ideia. Ele mudou a delimitação de onde se iniciava os assentos dos negros e terminava o dos brancos de lugar, e ordenou que os negros, que antes estava no seu lugar correto, se levantassem e dessem seus lugares para os homens brancos.

Alguns negros atenderam a determinação do motorista mas Rosa Parks não. Nas palavras dela, ela se sentia “tomada por uma determinação que a envolvia como um cobertor em uma noite fria”, e com esta determinação, e de forma branda e consciente, ela se negou a ceder seu lugar e acabou sendo presa.

Este episódio desencadeou uma série de manifestações e boicotes que a cada dia ganhava mais força. Os negros antes que se sentiam inferiores e com medo, se vestiram do mesmo cobertor de determinação de Rosa Parks, se uniram e lutarem pelos seus direitos e derrubaram estas leis absurdas que nunca sequer deveriam ter sido criadas.

O fim do Apartheid na África do Sul demorou um pouco mais de tempo para acontecer e que culminou com a libertação de Nelson Mandela que ficou preso por 28 anos por lutar pelo fim da segregação em seu país.

Em um mês que temos um Dia da Consciência Negra, não podemos deixar de relembrar aqueles que um dia tiveram a coragem de enfrentar todo o establishment, quase que sozinhos, por acreditarem que não eram nem melhores e nem piores do que os brancos, mas sim, iguais e apenas iguais.

No vídeo abaixo vemos que ainda, infelizmente, temos muito a melhorar no quesito “somos iguais”.

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