Pablo Escobar e o Cartel de Medelín

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Ele foi o 7o. homem mais rico do mundo lucrando cerca de 60 milhões de dólares por dia, mas foi tb responsável por 5 mil mortes e 200 ataques terroristas.

Amado por muitos, odiado pelo mundo todo. Este é Pablo Escobar, e eu estive em Medellín, Colômbia, e conto tudo aqui.

Pablo Emilio Escobar Gaviria, que um dia seria conhecido como ‘O Rei da Cocaína’, teve uma infância simples. Filho de um fazendeiro e de uma professora, Pablo demonstrou já na adolescência que não tinha muito apreço pela lei, aplicando golpes e contrabandeando cigarros.

Com 21 anos ganhou 100 mil dólares com o sequestro de um importante executivo de Medellín. Nesta mesma época começou a realizar contrabando de mercadorias e conquistou o seu primeiro milhão aos 22 anos. Seu plano era atingir esta meta antes dos 30 anos, ou se mataria.

 

Pablo tinha planos mais audaciosos, queria enriquecer mais rápido e encontrou na cocaína a oportunidade perfeita, afinal, era uma droga nova, extremamente elitizada e, até por isso, na época, pouco criticada. A margem de lucro era incrível.

Entre 1972 e 1976 Pablo expandiu sua atuação no tráfico de drogas se juntando a traficantes importantes de Medellín como Jorge Luis Ochoa Vásquez, Juan David Ochoa Vásquez, José Gonzalo Rodríguez Gacha e Carlos Lehder. Estava criado o Cartel de Medellín, e Pablo era o Líder.

Ainda em 1976, Pablo foi preso c/ 18kg de pasta base de cocaína mas seria solto logo em seguida por utilizar-se de uma prática que marcaria toda sua carreira: o suborno.

Pablo costumava perguntar: ‘Plata o plomo?’ (Dinheiro ou chumbo?), ou seja, aceite meu suborno ou morra.

Os negócios iam muito bem. Pablo Escobar controlava 80% da cocaína consumida nos EUA, abastecendo o país com 80 toneladas de cocaína por mês, chegando a enviar 15 toneladas em um único dia.

Era tanto dinheiro que gastavam 2.500 dólares por mês só com elástico p/ dinheiro.

Lucrando 480 milhões de dólares por semana, eles não conseguiam lavar tanto dinheiro assim, por isso escondiam em paredes e enterravam em tambores.

Cerca de 10% de todo dinheiro estocado era descartado por estar deteriorado por conta da umidade mordidas de rato.

Almejando ser Presidente da República, em 1982 Escobar decidiu entrar para a política, sendo eleito suplente da Câmara dos Representantes.

A população mais humilde de Medellín adorava Pablo Escobar pelas suas ações sociais. Foi até apelidado de ‘Robin Hood’ na época.

Pablo queria conquistar a opinião popular e, claro, proteção. Era comum populares avisarem seus capangas sempre que a polícia aparecia. Em troca, El Patrón, como Pablo Escobar tb era conhecido, entregou dezenas de campos futebol, distribuía dinheiro vivo e chegou a construir um bairro inteiro para moradores de um lixão. Este bairro se chama Pablo Escobar, e eu estive lá, andei pelas ruas que ainda contam com pequenos traficantes.

Um rapaz chegou a me oferecer uma arma real para eu tirar foto, mas preferi não deixar minhas digitais por lá.


A estrutura do Cartel de Medellín era imensa com milhares de “funcionários”. Contava com 15 aviões, 6 helicópteros, centenas de imóveis, carros e até uma ilha no Caribe.


Para operar tudo isso, Pablo subornava a polícia, exército, políticos e até membros da CIA e DEA.

A maior extravagância de Pablo Escobar foi a Hacienda Napoles (Fazenda Nápoles), cuja fachada era decorada c/ seu primeiro avião utilizado no tráfico.

Uma propriedade c/ 20km quadrados incluindo pista p/ avião, heliporto, 20 lagos artificiais, piscinas, um autódromo e um zoológico particular c/ mais de 1.200 espécies como girafas, leões, pássaros, cangurus, rinocerontes e 4 hipopótamos.

Aliás a Colômbia tem a maior população de hipopótamos fora da África no mundo, já que 4 deles fugiram, se procriaram e hoje existem mais de 120 deles por lá.

Escobar era procurado pela CIA, Interpol e polícias do mundo todo. A Colômbia oferecia uma recompensa de 10 milhões de dólares. Mas nada disso impediu que ele fizesse algumas viagens internacionais, como a sua ousada passagem pela Casa Branca nos EUA e até pelo Rio de Janeiro.

O político Pablo Escobar começou a receber muita pressão de outros políticos contrários ao narcotráfico e que não estavam na sua folha de pagamento, como Luis Carlos Galán, que defendia que Pablo Escobar fosse preso e extraditado para os EUA, o maior medo de Escobar.

Pablo sabia que, se extraditado, não teria as vantagens que poderia ter na Colômbia e por isso evitava esta situação ao máximo.

Com tanta pressão, teve de abandonar a carreira política, mas não sem antes se vingar de muitos destes políticos começando uma era de terror.

Foram mais de 200 atentados terroristas, incluindo uma bomba no Depto. Adm. de Seguridad que matou 70 pessoas, uma bomba em um Shopping Center, uma bomba no avião da Avianca matando 107 pessoas, além de matar 11 ministros da suprema corte e 3 candidatos à presidência.

Escobar não poupava ninguém. Um de seus capangas, Popeye, conta que assassinou a esposa de um político que estava grávida, atirando primeiro no feto e depois na mãe. O nível de atrocidade era terrível.

O terror começava a jogar a opinião pública contra El Patrón.

Neste meio tempo o Cartel de Cali, que controlava a cocaína em Nova Iorque, começou a se desentender com Escobar que estava começando a invadir seu território.

Como resposta, um carro bomba foi enviado para o apartamento no edifício Mônaco onde Escobar vivia com sua família.

A explosão foi sentida num raio de 1 km do prédio, destruindo todas as janelas e vidros neste raio. Por muita sorte sua família ficou viva. Após este atentado, uma outra guerra sangrenta foi iniciada entre os cartéis de Medellín e Cali, causando mais centenas de mortes.

Estas fotos foram tiradas poucos meses antes do Edifício Mônaco ser demolido pela Prefeitura de Medellín. O prédio, que era forrado de cartazes em homenagem às milhares de pessoas mortas por Escobar, agora é o Parque Inflexíon, uma praça memorial às vítimas do narcotráfico.

Em meio a tantos atos terroristas e assassinatos na guerra entre cartéis, o cidadão colombiano se via acuado e sedento por paz. Em 1991 uma nova Constituição foi elaborada e, com ajuda de alguns subornos, foi definida a proibição de extradição de cidadãos colombianos.

Momentos após esta aprovação, Pablo Escobar decidiu se entregar. Ele negociou com o governo da Colômbia que ficaria preso por 5 anos. Claro que ele merecia muito mais do que isso, mas o governo precisava dar uma resposta p/ a população e p/ o mundo. Mas não foi bem assim…

O acordo previa que Pablo ficaria preso em uma prisão particular que ele mesmo construiu chamada La Catedral. Era uma mansão com quadra, salão de jogos, salão de festas e até um bordel. A polícia era proibida de chegar no local. Pablo saia da prisão frequentemente p/ passear.

Logo a população começou a se revoltar e o vexame se tornou internacional. O presidente precisava dar uma resposta, e decidiu que Pablo seria transferido para um presídio comum. Sete caminhões e dezenas de militares foram até a “prisão” para prendê-lo de verdade.

Mas claro que Pablo Escobar tinha construído uma rota de fuga, onde ele e seus capangas que estavam em La Catedral com ele conseguiram fugir tranquilamente.

Quando visitei La Catedral eu percorri parte deste trajeto que mostro no vídeo abaixo.

Pablo estava em constante fuga, mudando de um abrigo para outro. Enquanto isso, os Pepes, aliados de outros cartéis, assassinavam os líderes e traficantes do Cartel de Medellín, enfraquecendo seus negócios.

Sua família estava protegida e vigiada em um apartamento do governo.

Pablo Escobar sabia que seu fim estava próximo. Seu filho Juan Pablo acredita que seu pai, que sempre proibiu usar o telefone para não ser localizado, fez 7 ligações no seu último dia de vida para se despedir da família sabendo que seria interceptado e seu abrigo descoberto.

No dia 2/Dez/93, apenas 1 dia após seu aniversário, ao desligar o telefone onde falava com seu filho, o abrigo onde Pablo estava escondido foi invadido pela Polícia Nacional Colombiana. Pablo tentou fugir, um tiroteio se iniciou terminando com sua morte no telhado de uma casa.

Foram 2 tiros na perna, um no dorso e um fatal, que atravessou sua orelha. Sua família acredita que ele não foi assassinado, mas sim, que se suicidou como havia prometido, com um tiro na orelha.

El Patrón, amado e odiado, contou com mais de 25 mil pessoas no seu velório.

Acredita-se que mais de 30 bilhões de dólares se encontram ainda soterrados e escondidos pelas propriedades da família Escobar em Medellín.

Sua família precisou fugir para a Argentina, sem nenhum dinheiro no bolso, trocando seus nomes e tentando começar uma vida do zero.

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