Abra sua lista de amigos no Facebook e olhe bem. Você irá encontrar grandes amigos e alguns conhecidos, verá seus pais, irmãos, primos, tias. Também colegas da época da escola, ou um ex isto ou futuro aquilo. Possivelmente todas as pessoas que você conhece estão ali.
É duro, mas pense que um dia ou você estará no velório delas, ou elas estarão no seu. E isto pode acontecer em setenta anos, ou oito meses, duas semanas ou amanhã. É triste, é pesado, é mórbido, mas é a realidade. E quanto antes você aceitar o fato de que isto vai acontecer, que você e todos um dia irão partir, e que sabe-se lá quando isto vai acontecer. Quanto mais rápido você aceitar isto, mais cedo você irá aprender a priorizar o que realmente é importante pra a sua vida.
Você chega do trabalho exausto, seus filhos já estão na cama dormindo e sua esposa deixou um prato de comida para você no forno que você, de tanto sono, nem tem fome, vai direto para a cama, dá um beijo de boa noite nela e desmaia de sono.
Durante o dia você come um sanduiche murcho na hora do almoço, enchendo o teclado de farelo de pão porque não tem tempo para parar e almoçar com calma com seus colegas de trabalho. Mal percebeu que um deles está com problemas de saúde e que o outro voltou de uma viagem e está doido para te contar as novidades.
Tem mais de oito meses que você não visita seus pais, e quando sua mãe te liga no meio do dia você responde monossilabicamente e logo desliga porque está para entrar em uma reunião.
Você acha que está trabalhando muito hoje, sacrificando o seu hoje, pensando no amanhã. Mas e se não tiver amanhã?
A correria do cotidiano nos cega e altera nossas prioridades. Achamos que felicidade é um estado a ser alcançado em algum momento da vida e que para isto precisamos abdicar do hoje.
Eu decidi para a minha vida que irei gastar 80% das minhas energias, tempo, dinheiro e disposição para ser feliz hoje, e 20% para ser feliz amanhã.
Eu percebi que não preciso de muito para ser feliz. Quando eu era criança eu me divertia muito mais escorregando num morro gramado em cima de uma folha do que com vídeo game do momento. Eu não preciso de um celular novo, nem de um carro novo, nem de uma casa maior. Quero algo que me deixe mais tempo feliz do que o intervalo de versões do iPhone.
Eu escolhi ver o mundo com os próprios olhos e não só pela tela do computador. Isto significa viajar mais, sair mais durante a semana e conversar mais pessoalmente do que online.
Eu entendi que tenho de trabalhar muito sim, fazer planos sim, querer conquistar coisas sim, mas nunca ao preço de um hoje que nem verei passar.
Eu conclui que hoje é o amanhã de ontem. O ontem não tenho mais, o amanhã talvez não terei, mas o hoje, ah, o hoje é o que tenho, só o que tenho, mas é tudo o que preciso.
Hoje tenho minha família, tenho minha namorada e meus amigos. Tenho meu cachorro, meu trabalho, minha casa e meu carro. Hoje tenho saúde, disposição conforto e segurança. Eu até poderia ter mais do que tenho hoje, mas também poderia ter menos.
O que preciso para ser feliz eu tenho hoje, e hoje sou feliz. Já amanhã, bom, quando ele virar hoje a gente vê o que faz com ele 🙂